BAIACU "O peixe peçonhento"


Foto: Stock Pictures Maranhão Images /Maurício Maranhão

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Baiacu, peixe-balão ou Fugu (ainda que este termo se aplique mais ao género zoológico Takifugu) é a designação comum a diversos peixes da ordem dos tetraodontiformes, comuns na fauna fluvial da América do Sul e, mais especificamente, do Brasil. O termo é utilizado, na linguagem corrente, para designar, especficamente, as espécies desta ordem que têm a propriedade de inchar o corpo quando se sentem ameaçadas por um predador ou outro factor (nesta acepção designam-se também como sapos-do-mar).

Esse bichinho é extremamente venenoso – ele tem um nível proibitivo de tetrodotoxina, principalmente no fígado. Quem é médico sabe o que isso significa, essa toxina bloqueia a ação dos nervos, paralisa tudo, até o pulmão, e, consequentemente, a pessoa para de respirar. Pois bem, só que os japoneses descobriram que o Fugu era um dos peixes mais saborosos do mar. Passaram anos testando cortes e maneiras de fazer um sashimi não-letal com o bicho. Ainda hoje há relatos de morte de gente que comeu fugu. Um Fugu-chef precisa ter uma licença especial e passar pelo menos três anos estudando o corte do bicho.

1. Descrição da doença - envenenamento causado pela ingestão de toxina produzida nas gônadas e outros tecidos viscerais de alguns peixes da classe Tetraodontiformes, à qual pertencem o peixe fugu japonês ou baiacu. Esta toxina e a saxitoxina são dois venenos dos mais potentes conhecidos, sendo a dose letal mínima de cada uma delas, no camundongo, de aproximadamente 8 ug/kg. São fatais para o homem. Ocorre também na pele de salamandras aquáticas, bodião, sapo Atelopus (da Costa Rica), determinados polvos, estrela-do-mar, anjo-do-mar, porco-espinho e caranguejo xantídeo.

Nenhuma alga foi identificada como responsável por essa produção e até recentemente a tetrodoxina foi considerada como um produto metabólico do hospedeiro. Recentes estudos da produção da tetrodoxina/anidrotetrodoxina por determinadas bactérias, incluídas as cepas da família da Vibrionaceae, Pseudomonas sp., e Photobacterium phosphoreum, apontam uma origem bacteriana para estas toxinas. É comum bactérias associarem-se à animais marinhos. Se confirmados, esses achados podem contribuir para o controle dessas toxicoses.

O primeiro sintoma de envenenamento é uma dormência/paralisação dos lábios e da língua, que aparece entre 20 minutos a 3 horas depois da ingestão do baiacu. O sintoma seguinte é o aumento de parestesia de face e extremidades, que pode ser acompanhada de sensação de leveza ou flutuação. Dor de cabeça, rubor facial, dor epigástrica, náusea, diarréia e ou vômito podem ocorrer. Dificuldade para andar pode ocorrer nessa fase que evolui para o aumento da paralisia, com dispnéia. A fala é afetada e a pessoa envenenada apresenta comumente cianose e hipotensão, com convulsões, contração muscular, pupilas dilatadas, bradicardia e insuficiência respiratória. O paciente, embora totalmente paralisado, permanece consciente e lúcido até o período próximo da morte. O óbito ocorre dentro de 4 a 6 horas, podendo variar de cerca de 20 minutos a 8 horas.


Foto:Stock Pictures Maranhão Images/Maurício Maranhão

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